Felipe Mollé, a partir de provocações recebidas em aula, resolveu se empenhar num projeto inusitado, ou, pelo menos, cruzar por corredores que normalmente as pessoas evitam estar. Curioso com o fato de que em outros lugares, como Buenos Aires, Paris, Viena, Washington, abrigam cemitérios que estão incluídos nos roteiros turísticos, resolveu se aventurar e fotografar os mausoléus do Cemitério da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.Flanar é um termo/conceito desenvolvido por Charles Baudelaire (1821-1867) e por Walter Benjamin (1892 - 1940) que significa andar, perambular, passear por lugares – e fotografar. Felipe flanou pelas sepulturas, mausoléus, tumbas, reconhecendo nomes e sobrenomes de famílias que fizeram parte da história de Porto Alegre, principalmente pessoas do campo político. Suas descobertas o levaram a mais perguntas e a novos achados.
O Cemitério da Santa Casa é o mais antigo em atividade no Sul do Brasil. Fundado em 1850, tem muita história e um vasto patrimônio artístico esculpido em pedra, mármore, bronze e ferro. Felipe então atravessou os portões que guardam esse patrimônio da cidade e andou por suas alamedas, iniciando uma viagem ao passado e deparando-se com símbolos icônicos de ilustres figuras históricas, como Júlio de Castilhos, Manuel Marques de Sousa – o Conde de Porto Alegre, José Montaury de Aguiar Leitão, Antônio Augusto Borges de Medeiros e o Vigário.José lnácio de Carvalho Freitas, entre outros.O material fotográfico produzido pelo fotógrafo é um testemunho do patrimônio histórico da cidade de Porto Alegre. Serve de referência para estudos futuros, tanto aos porto-alegrenses e pessoas que se dedicam à história do Estado do Rio Grande do Sul, como é a alavanca do próprio interesse de pesquisa do fotógrafo.
Texto da Professora do Curso de Fotografia da Faculdade Do Vale Do Rio Do Sinos ( UNISINOS )
Beatriz Sallet
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